Legionella : melhor prevenir que remediar

Março 2013

Os meios para eliminar a Legionella numa instalação sanitária são pouco eficazes a longo prazo. O controlo e colocação em prática de ferramentas de prevenção são as melhores respostas aos riscos de contaminação pela Legionella dos ramais de água quente nos Edifícios que Recebem Público (ERP).

De entre as bactérias encontradas nos «ramais», as legionelas, e mais especificamente a Legionella pneumofila, é objeto de controlo sanitário regulamentado. São, na realidade, responsáveis por infeções respiratórias, mortais entre 15 a 20% dos casos.

Desde que se encontrem presentes, estas bactérias patogénicas alojam-se no biofilme que se forma naturalmente nas torneiras e canalizações. Os agregados bacterianos podem facilmente desprender-se com a passagem da água e passar em suspensão nos aerossóis que se formam após a abertura de um chuveiro ou torneira. São assim inalados pelos utilizadores dos pontos de utilização, particularmente nos duches. As instalações que contenham depósitos (calcário, corrosão, lodos, …) e água estagnada entre 20 e 46˚C são as de maior risco.

Monitorização regulamentar a respeitar

Em França, depois de 1 de janeiro de 2012, todos os Edifícios que Recebem Público (ERP) são submetidos a uma monitorização da qualidade bacteriológica da água.
O despacho de 1 de fevereiro de 2010 define um protocolo de medição da temperatura da água e da procura de legionelas em todos os ramais de água quente sanitária. O limiar de alerta e de tomada de medidas deve ser acionado a partir de 1000 UFC (Unidades Formando colónia) de Legionella pneumofila / litro de água.

Protocolos similares são seguidos na maioria dos países europeus e tem como objetivo a prevenção. Impõem, por exemplo, temperaturas de água quente sanitária mínimas de forma a limitar os riscos ligados ao desenvolvimento de legionelas e de temperaturas máximas para limitar os riscos de queimadura. Em França, o despacho de 30 de novembro de 2005 define uma temperatura mínima de 50˚ em todos os pontos do sistema de distribuição. Fixa também que deve existir um volume máximo de 3 litros de água nos tubos finais de alimentação de misturadoras termostáticas centralizadas e pontos de purga.

Em França, uma circular ministerial datada de 30 de janeiro último (Instrução Nº DGS/EA4/2013/34) fornece o referencial de inspeção - controlo da gestão de riscos ligados às legionelas nas instalações de água dos edifícios. Este documento é utilizado pelas Agências regionais de saúde (ARS) no seguimento das intervenções em edifícios públicos sujeitos ao despacho de 1 de fevereiro de 2010.

Estes são, nomeadamente, hotéis, residências de turismo e parques de campismo onde a frequência se encontra ligada a casos declarados de Legionella. As ARS já identificaram perto de 1200 casos de Legionella. Durante o período 2006-2011, perto de uma centena de estabelecimentos de turismo foram associados à ocorrência de casos de Legionella. Este referencial, que recorda que as diferentes medidas devem ser objeto de inspeção – controlo, foi concebido para ajudar os estabelecimentos a se autocontrolar e melhorar a gestão do risco.

Tratamentos curativos pouco eficazes

Em caso de deteção de legionelas, os tratamentos curativos, quer sejam de natureza química ou física, são relativamente pouco eficazes no tempo e podem eventualmente causar «riscos colaterais».
A injeção de Cloro ( ≥10 mg/litro durante 8 horas) ou a circulação de água muito quente (a 70˚C durante 30 minutos) não produzem mais que um efeito pontual, caso um depósito esteja corroído ou um braço morto possa servir de refúgio às legionelas. A recolonização efetua-se em 3 a 4 semanas e pode mesmo estender-se a novas partes do ramal de água.

As canalizações e juntas dos ramais de distribuição e evacuação toleram mal os choques, sejam térmicos ou químicos. Adicionalmente, é difícil assegurar que a totalidade do ramal seja tratada corretamente. Quanto ao utilizador, este pode ser submetido a riscos de queimaduras graves ou de intoxicação clorídrica quando utiliza acidentalmente uma instalação que não foi devidamente colocada fora de serviço.

Tratar os riscos na fonte

Diversas precauções permitem não ter de recorrer a este tipo de tratamento, ou pelo menos de os espaçar ao máximo.
A realização de uma linha de retorno permite manter a circulação da água a mais de 50˚C no ramal. Um ramal final de reduzida dimensão para ligação aos pontos de utilização evita os riscos de contaminação: nos Edifício que Recebem Público (ERP) estão autorizados por legislação 3 litros de água à temperatura normal de utilização, o que corresponde a uma quinzena de metros de canalização.
As misturadoras termostáticas do tipo PREMIX da DELABIE evitam os riscos de queimadura e proporcionam um elevado conforto ao utilizador. Em caso de falha ou corte abrupto da água fria, cortam automaticamente a alimentação de água quente.

Pode-se ainda obter uma segurança suplementar utilizando nas extremidades dos ramais sistemas auto-purgantes como chuveiros Tonic-Jet ou Round da DELABIE sem retenção de água residual após cada utilização. O mesmo resultado pode ser obtido utilizando painéis de duche termostáticos eletrónicos PREMIX. Estes possuem um sistema de limpeza periódica através de abertura automática da água durante 40 segundos, após mais de 24 horas sem utilização. Este tipo de limpeza periódica automática está equipado em todas as torneiras eletrónicas da marca.

Complementarmente, a DELABIE comercializa desde janeiro de 2013 os filtros Biofil com 0,1 µm que se adaptam em chuveiros ou bicas com filtro incorporado. Substituídos todos os 62 dias, estes filtros garantem a retenção de todas as bactérias presentes no ramal de água.